





Em março de 2014, uma apresentação de Lady Gaga no festival South by Southwest, nos Estados Unidos, virou alvo de críticas e reações intensas nas redes sociais, principalmente por parte de Demi Lovato. Na ocasião, a chamada Mother Monster levou ao palco a artista performática britânica Millie Brown, conhecida por usar o próprio vômito como forma de expressão. 17w2m
O ato, que envolveu Brown ingerindo líquidos coloridos e vomitando sobre Gaga durante a música "Swine", foi visto como transgressor por uns e perturbador por outros. Para Demi, que à época já falava abertamente sobre sua luta contra a bulimia e outros transtornos alimentares, a performance foi mais que provocadora, foi irresponsável.
A cantora usou sua conta no X, antigo Twitter, para expressar o descontentamento, afirmando que ações como aquela glamourizavam doenças sérias que afetam milhões de pessoas. Eita!
“Triste… Como se já não tivéssemos pessoas suficiente glamurizando as desordens alimentares. Fim de linha, isso não é ‘cool’ ou ‘artsy’ mesmo”, escreveu a cantora em sua rede social. Segundo ela, artistas do mainstream têm responsabilidade sobre o que expõem ao público, especialmente jovens em situação de vulnerabilidade emocional.
Em sequência, Demi questionou se o uso do termo “arte” justificaria performances que podem causar gatilhos. "Se eu fizer um discurso sobre automutilação, posso então assistir alguém se cortar no palco?", escreveu em outro tweet. A ex-estrela da Disney, que se internou em 2010 para tratar distúrbios alimentares e automutilação, sempre se posicionou contra a romantização desses temas.
A polêmica repercutiu nos principais veículos da imprensa internacional. Em entrevista ao E! Online, Lady Gaga rebateu as críticas com tom conciliador, mas firme. Ela declarou apoiar a recuperação de Demi e de outras pessoas que sofrem com transtornos alimentares, mas deixou claro que sua performance não tinha relação com bulimia ou anorexia.
“Essa performance não tem absolutamente nada a ver com qualquer distúrbio alimentar, e eu nunca quis que fosse vista dessa forma”, disse à época. Gaga também afirmou sentir orgulho da apresentação e reforçou que a encenação buscava transmitir dor e raiva, emoções centrais no conceito do álbum "Artpop", lançado em novembro de 2013.
Millie Brown, a artista performática envolvida, também se manifestou. Em seu X, defendeu a liberdade artística dizendo: “Se a arte é o seu meio de comunicação, ela não deve ser censurada".