





Um dos nomes mais importantes da música popular brasileira, Nana Caymmi morreu nesta quinta-feira (01), aos 84 anos. Os últimos anos da vida pública da estrela foram marcados por polêmicas, especialmente, pelo alinhamento com o discurso da extrema-direita. Sobrou até mesmo para Gilberto Gil, com quem ela foi casada durante dois anos, no auge da ditadura militar. x501m
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, em 2019, Nana saiu em defesa de Jair Bolsonaro, presidente recém-empossado na época, e disse que ele merecia um “crédito de confiança”. Ela ainda avaliou que a possibilidade de “os militares tomarem conta” era “conversa de comunista”.
Nana, então, subiu o tom e criticou os colegas da MPB, incluindo o ex-marido. “Gil, Caetano, Chico Buarque. Tudo chupador de pau de Lula. Então, vão pro Paraná fazer companhia a ele. Eu não me importo”, disparou. Na época, Lula estava preso em Curitiba.
Engana-se quem pensa que Gil retribuiu no mesmo tom a ofensa de Nana. Em entrevista ao portal Metrópoles, cerca de 7 meses depois, o artista disse que era da personalidade da ex “ser desbocada em todos os sentidos” e garantiu que não guardava mágoas.
“Nós temos muita paciência e amor para com ela. Como Dorival, seu pai, teve para com Stella, sua mãe”, disse.
Gil ainda dedicou os versos da música “Prece”, de 2018, para Nana. “‘Prece’ é uma canção que escrevi para a mulher que amo. Nana é uma mulher que amei. A prece é para ela também”, declarou. “Rezarei por ti todos os dias. Todos os dias rezarás por mim. Um pacto de orações e de energias. Que os nossos corações fazem entre si”, ele canta na letra.