





A condenação do humorista Leo Lins a oito anos e três meses de prisão levantou uma série de debates nas redes sociais. No show “Perturbador”, de 2022, o ex-integrante do programa “The Noite” faz piadas criminosas com diversas minorais e até debocha de casos de pedofilia. 512uc
No contexto desta discussão, usuários do X, antigo Twitter, resgatou uma atitude de Tatá Werneck que vai na contramão da polêmica com Leo. Em 2020, a comediante revelou ter contratado uma consultora travesti após fazer uma piada transfóbica no “Lady Night”.
Tatá contou que foi alertada por Linn da Quebrada de que havia feito uma piada transfóbica no programa. Ela pediu desculpas no ar durante o programa com a participação de Glória Groove.
“Tem uma coisa que é assim: todo mundo erra. Mas, cara, tem coisas que não são erros, são crimes. A comunidade LGBTQI+ é a que mais morre. Quando eu sou transfóbica, eu estou falando de pessoas que, até 30 anos, a maioria são assassinadas. Eu estou sendo uma criminosa de verdade”, destacou.
Na época, Tatá contratou os serviços de consultoria de Ana Flor, seguida por mais de 90 mil pessoas no perfil @Tdetravesti. Ela é pedagoga formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), faz mestrado em educação pela Universidade de São Paulo (USP) e escreve uma coluna na Revista AzMina.
“Feliz em fazer parte desse processo, Tatá Werneck. Durante muito tempo, o humor foi compreendido como um lugar repleto de violências. Entender a importância de romper com essa visão é fundamental. É exatamente isso que estamos fazendo”, publicou Ana, em novembro de 2021.
Tatá revelou que, antes de ir ao ar, Ana assiste aos programas para certificar de que nenhuma piada preconceituosa e na edição final. “Ela vê os episódios do ‘Lady Night’ antes [de irem ao ar] e fala: ‘Tatá, isso aqui não dá'. E aí fica uma hora me explicando. Tem coisas que jamais imaginei que poderiam ser ofensivas. E não quero mais errar. Não quero que esse programa desinforme. Quero que divirta, mas não que seja essa parada descompromissada com tudo, essa coisa de ‘Ah, isso aqui é humor’”, disse a global em entrevista ao jornal Folha de São Paulo.