30 anos após 'A Viagem', Guilherme Fontes revela como recriaria Alexandre e abre o jogo sobre experiências sobrenaturais no set
Publicado em 20 de maio de 2025 às 23:38
Por Luiz Eugênio de Castro | Reality show, redes sociais e TV
Leonino apaixonado por entretenimento e cultura pop! Filho legítimo de Britney Spears e obcecado pela Anitta, claro!
Em entrevista à revista Quem, ator falou sobre o legado do personagem, a possibilidade de um remake e os rumores de experiências sobrenaturais nos bastidores da trama.

Mais de três décadas se aram desde a primeira exibição de "A Viagem", novela icônica da TV Globo escrita por Ivani Ribeiro, mas o tempo parece não ter abalado o magnetismo de Alexandre, personagem vivido por Guilherme Fontes.  3iu35

De volta à programação com nova reprise no "plim-plim", o folhetim de 1994 continua despertando curiosidade — tanto pelo sucesso atemporal quanto pelas histórias de bastidores, algumas marcadas até por supostas experiências sobrenaturais. E quem melhor para reabrir esses portais do ado do que o próprio “espírito obsessivo” que assombrou os lares brasileiros?

Em entrevista à revista Quem, Guilherme Fontes, hoje com 58 anos, falou com bom humor e lucidez sobre o personagem que o consagrou. 

'Mais maldade e poderes especiais'

Se tivesse a chance de reviver Alexandre, Guilherme não economizaria na intensidade. “Ampliaria sua maldade (risos). Faria um ‘retorno triunfal’, com mais poderes ‘especiais’, se contrapondo e confrontando todos seus erros, pequenos e grandes, novos e do ado”, imagina o ator, que vê espaço para uma versão ainda mais perturbadora do personagem. 

Ele inclusive propõe uma reinterpretação da cena final, em que Alexandre aparece como um anjo, rumo ao paraíso: “Se possível, com mais ênfase dramática, mais sustos, mais provocação da luta entre o bem e o mal diante da finitude humana". Ui!

Não se trata de vaidade artística. Para Guilherme, a força de "A Viagem" está na sua atemporalidade temática. “É uma poderosa história que transmite esperança e amor, além de mostrar a doença da vingança, do ódio e da manipulação narcisista”, afirma. Em tempos de redes sociais e conflitos interiores mais visíveis do que nunca, a novela parece ter ganhado ainda mais camadas — e, para Fontes, isso justifica a capacidade da trama de “ar por várias gerações ampliando seu público”.

Bastidores entre o real e o místico

Há quem diga que os bastidores de "A Viagem" foram permeados por acontecimentos inexplicáveis. Fontes, porém, prefere uma abordagem pé no chão — embora reconheça que o sucesso arrebatador da trama talvez seja o maior mistério. 

“O único assunto sobrenatural da trajetória desta novela é tão somente seu imenso sucesso”, pontua. E credita isso à tríade autor-diretor-elenco: “Graças à excelência da autora Ivani Ribeiro, às escolhas do diretor Wolf Maya e ao trabalho dos atores e técnicos".

Essa racionalidade não significa frieza. Guilherme ite que algumas cenas — como as possessões espirituais em personagens vividos por Laura Cardoso e Maurício Mattar — exigiam dele um mergulho emocional profundo. “Sou muito calmo, determinado e resiliente. Minha capacidade de regeneração emocional é imensa”, revela. 

E completa: “Aprendi a jamais levar personagem para casa. Quando dirijo, gosto da ideia da exaustão e riscos para que esqueçamos maneirismos e vícios".

Remakes: um risco que nem sempre vale a pena

Diante dos rumores sobre um possível remake de "A Viagem", Guilherme se posiciona com cautela. Embora ita que já viveu duas experiências de sucesso em novas versões — "A Viagem" e "Mulheres de Areia" — ele vê limitações nesse tipo de proposta. “Remake de novela de sucesso é muito mais tenso. Perde-se tempo de atenção do público e crítica, que ficam fazendo comparações ao invés de embarcar e seguir a história. Acho também comercialmente desgastante".

E arremata com uma reflexão pertinente para o cenário atual da dramaturgia: “Impossível copiar o que foi muito bem feito. Tem que batalhar para fazer ainda melhor. Difícil. Claro que temos possibilidade de novas visões sobre qualquer obra. Existem milhares de montagens de Shakespeare, Molière, Nelson Rodrigues... Os temas são os mesmos e atuais".

Atualmente, Guilherme Fontes se mostra aberto a novos papéis e faz questão de defender a importância da telenovela na cultura e na economia criativa do Brasil. “O único emprego de qualidade e seguro para artistas brasileiros continua sendo novela. Série e filmes são apenas aperitivos complementares".

“A emoção de estar numa novela se compararia para mim a uma disputa de final de Copa do Mundo, com milhões de pessoas te acompanhando diariamente pela TV por um ano. E se fizer sucesso, arrisca isso durar 31 anos", conclui. Se depender do legado de "A Viagem", esse “jogo” já foi vencido e continua sendo assistido por novas torcidas a cada reprise.

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